Só te consigo pedir desculpa e mesmo isso custa a sair, sei que nao tive coragem suficiente para admitir os meus proprios erros, mas nunca tentei que tudo caisse em cima de ti. Sei que por vezes nao olhava para os teus problemas para só olhar para os meus, mas acredita também, que nunca foi por mal, nunca foi por querer.
Guardo em mim, o maior medo do mundo, a maior solidão e a maior dor. Olho em minha volta e nao vejo nada nem ninguém, porque quando estavas a meu lado, tinha tudo.

Choro. Nao te vejo. Não te tenho. Choro também ao ver que são precisos grandes sustos para conseguiremos abanar a nossa cabeça, e metermos enfim tudo em ordem como deveria ser.
São meras palavras escritas num papel depois do que me aconteceu, sao meros sentimentos expressos que talvez nunca irás entender.
Sabes... Se nao me tentasses ir acordando como fizeste, eu nunca mais abriria os olhos? Um obrigada, sincero obrigada por teres reagido, por teres conseguido fazer com que eu nao os fechasse e nao deixasse de respirar. Um obrigada por tudo. E sei bem que o erro foi meu, sei bem que sou eu que nao quero estar aqui e tu nao tens culpa nenhuma disso. Ainda queres viver, ao contrario de mim. Digo tudo com força, com garra, tento-te sempre ensinar e ajudar, mas palavras sao umas, e o que tenho por dentro é totalmente diferente. O que tenho por dentro é um simples retrato duma alma perdida, perdida nos meus erros atras de erros, perdida nos gritos de desespero de estar farta de estar num mundo do qual eu nao faço nem nunca fiz parte.
Doi, doi muito a falta de ar que sinto. E as lágrimas que correm queimam. Queimam a minha pele sem se ver. Não preciso de ver nada, sei que nao estas aqui, e o passado nao me deixa apagar nada daquilo que fiz, ou fizemos.
Admito que tomei uma dose ecxessiva do que nao devia ter tomado, e sabia os efeitos, quando tomei, já tinha um objetivo traçado para mim, e combinei estar contigo para seres a ultima pessoa quem eu iria ver. Tu nao me deixaste ir. Seguraste-me, confortaste-me e salvaste-me. Acredita que agora olho, e já nao vejo totalmente ninguém. Perdida na solidão, encontro papel rasgado e todas as cartas que escrevi com o coraçao metido num quarto escuro onde as luzes nunca iriam acender.
Espero conseguir apanhar o vento, e poder contar-lhe o maior dos meus segredos, o segredo que a vida acabou por levar.
Agora mais que nunca é que preciso dos olhos que nunca choraram, dos labios que nunca me mentiram e do amor por mim que apesar de tudo nunca morreu. Espero por ti, de braços abertos. Entende que quem olhou nos olhos da morte por um erro mal cometido, merece sempre uma segunda oportunidade. Nem que seja essa a ultima.
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