Só eu sei o que foi sonhar contigo hoje, a isso já nem consigo chamar sonho, foi difícil entender o que haveria de fazer, e foi igualmente difícil acreditar que era só um sonho, que não passava disso e que eu perdi-me no mar de dúvidas que ainda ontem jurava já não ter.
Eu não quero desistir de ti, mas afinal onde é que isto me vai levar? Tenho de parar de fazer de conta e tenho de parar seriamente de sonhar. Dizem que o sonho comanda a vida, então mas e a vida não comanda o sonho? Quero perder a esperança que ainda tenho, quero perder as expectativas que ainda tenho em relação a ti, afinal tu não és assim tanto como eu imaginei e desenhei na minha cabeça.

Estou estranhamente confusa, cheia de dúvidas, e quando as duvidas aparecem, acabamos sempre por desistir certo? As minhas vão e vêm. As minhas nunca ficam. Tu de facto foste a única personagem da minha vida que me fez sentir tão mal como bem, e foste também a única por quem eu fiz o que fiz e passei pelo que passei. Passados estes dois anos, acho que aprendi, aprendi muito mas não deixei de amar, o que quer dizer que ainda luto diariamente para me manter em pé e para conseguir lidar contigo, visto que não o soube fazer até à data. Acho que tens uma imagem minha um pouco destorcida, apesar de me conheceres por dentro e por fora, continuas a ver me duma maneira que eu não sou na verdade, pensei que a distancia te ajudasse a ver a minha transparência, tal como eu vejo a tua, afinal foi um erro, e por esse erro fiquei com mais uma ferida no coração, como resposta à minha distancia, deste-me a ausência, apesar de ainda teres o meu coração eu já não o sinto, porque não consigo amar mais ninguém, não consigo deixar entrar mais ninguém na minha vida como te deixei a ti. Tu estás diferente, e é incrível ver isso, quando te vi pela primeira vez, medias uns 3 metros, e agora, estas do tamanho da minha borracha do ano passado, além de pequenina, toda gasta e surpreendentemente magoada também. Hoje acordei exaltada, acordei a respirar rápido e a primeira coisa que disse em voz baixa foi «não vás!». Sinto-me tão afogada no teu silêncio, sinto-me perdida no caminho que me obrigaste a seguir, e tenho frio, faltam-me as tuas palavras e o teu olhar para que aquecerem. Quero saber se ainda me procuras como procuravas antes, se ainda olhas para trás, como o fazias e se te pões de bicos de pés a ver se me vês… Diz-me se te arrependes por alguma coisa que me tenhas dito ou por alguma coisa que me tenhas feito, diz-me, mesmo que não te arrependas diz. Houve alturas em que podia dar meia volta e voltar a voar, noutra direcção,
agora além de presa, nem asas tenho.
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