18 de junho de 2011

Porque é que as coisas complicam-se sempre na minha cabeça? Sou sempre eu a errar, sou sempre eu a destruir o puzzle que demorou tanto tempo a ser construído no meu coração. A cada passo teu neste tempo, fui sentindo o sarar do coração, fui aprendendo a voltar a ser eu, depois de ser virada completamente do avesso conseguiste virar-me ao contrário novamente. Já não sei o que sinto por ti, e desculpa-me por isso, mas mais uma vez entreguei-me demais e não sei como agir, não sei como expressar, mas tenho medo de amanhã já não ter as tuas mãos a segurar-me, já não ter o brilho desses olhos e a confiança das tuas palavras. Se te perder, perco-me, fico totalmente sozinha com o peso de outra desilusão de quem andava iludido, fico sem aquela parte de mim que me ajuda a reconstruir o sorriso que um dia alguém tratou de destruir. Escrevo porque o medo está a tomar conta de mim e eu não quero, não quero sentir essa distância com que estavas ontem, não aguento ver-te afastado sem saber porquê. Se foi algo que fiz, diz-me, se foi algo que disse, diz-me também, quero entender se o problema sou realmente eu ou não. Sei que as vezes ainda penso nele, e tu sentes isso, desculpa, mas ele ainda consegue invadir-me o pensamento, o que fiz na altura, não quero voltar a fazer contigo e é por isso que tantas vezes sou tão racional. Eu não estou contigo para esquecer ninguém, nem estou contigo porque me convém, estou contigo porque conseguiste abrir o meu coração numa altura que nem eu o conseguia abrir, e mesmo que as vezes eu não mostre isso, tu és diferente e contigo lembrei-me do caminho que estava adormecido. Sei que não fazes por mal quando tens tanto para fazer, sei que não te esqueces de mim, simplesmente não tens tempo para me dar a atenção que queres, mas também sei que é melhor não pegar numa bicicleta para qual não tenho pedalada, e por isso digo, se calhar nunca vou conseguir chegar ao teu andamento, sinto-me um pouco como se fosse um peso que trazes às costas e de vez em quando sentes-te cansado. Tentas tirar-me isso da cabeça mas a imagem é essa, tu tens a tua vida em construção e eu ainda nem o plano da minha fiz, tenho rascunhos, e em cada um deles está o teu nome, porque de facto quero-te na minha vida por muito tempo, não digo para nunca me deixares ou não pedires espaço, mas a partir do momento que isso acontece, alguém acaba por desistir. Não posso obrigar ninguém a amar-me e a viver comigo tal como também não posso prometer que vou estar sempre a tentar acompanhar-te em tudo, porque as nossas vidas são diferentes, tal como as idades e os caminhos escolhidos. As coisas com o tempo complicam-se, e acho que não devia ter entrado num comboio que não tem o meu destino.

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